sábado, 3 de março de 2018

A fundação do Clube da Saudade da Franca

Quando adotei o nome "Clube da Saudade da Franca" para este blog não se tratava de uma apropriação, mas sim de uma homenagem, afinal eu pude assistir à sua primeira reunião "na noite fria de 28 de julho de 1964", como descreveu aquela terça-feira seu eterno presidente Octávio Cilurzo.
De qualquer forma não há nem haverá nenhum registro de um marca, mas sim um nome que tem que ser só reverenciado e não formalizado.
Cilurzo conta no artigo que anexo que tudo começou com uma inspiração que teve ao ver que havia uma tendência saudosista para o francano, coisa que não só concordo como acho que ainda não mudou, é uma vocação de sua população. Muito movimentos esportivos, artísticos e culturais, até internacionais.
Ele fez uma crônica tocando nesse assunto, a aspiração de formar um clube para cuidar da história francana e valorizar seus poetas e artistas que não eram poucos.
Contou à cronista Patrícia que, não só ficou encantada com a ideia, como o levou ao seu programa na Hertz para contar ao público do que se tratava. 
Ela, Sônia Menezes Pizzo, seria a grande inspiradora do Clube enquanto ele esteve atividade, como Octávio seria seu eterno presidente.
No artigo que colo aqui em forma de foto, ele também exalta a pujança da cidade em todos os segmentos: comercial, industrial, pecuária e agrícola, de uma forma geral, exalta também o ensino, suas escolas em profusão do "primário  às faculdades".




Vamos publicar aqui - em outras postagens - muitas ações do Clube da Saudade da Franca, mas a música acabou por predominar, a valsa francana, que ele dizia ser "notadamente das mais bonitas valsas dêste mundo".
Exagero? Claro, mas altamente permissível, o Conjunto Francano de Amadores ficou em evidência por anos a fio e era o grande elo que segurava a entidade. O maestro Arnaldo Ricardo de Souza realmente encantava a todos, e fez uma serenata memorável, mencionada no artigo abaixo.


Rádio Clube Hertz


Pois bem, muitas solenidades futuras ficariam marcar a fundação do Clube, mas foi realmente naquela terça, na fria Franca, em 28 de julho de 1964, na PRB-5, que ele foi fundado, pelo menos é a que consta na ata do referido artigo.
Tem uma foto perdida nos álbuns de recortes de meu pai, Leonel Nalini, que registra as pessoas presentes no auditório da rádio naquela noite, e outra em forma de recorte de jornal, com o dr. Agnelo Morato presidindo a mesa de fundação.
Veja na foto, no auditório da rádio Clube Hertz, na praça Barão,  meu pai, Leonel Nalini, ele viria a ser o 2.o tesoureiro, está ao lado de Mafaldo Cilurzo que é o primeiro à esquerda, em seguida eu e Erlindo Cesar Morato. Logo atrás do Mafaldo, a poetisa Maria Margarida Nocera Alves e seu marido Paulo, "de chapeuzinho, a Ligia Cortez, jornalista, irmã da Lusinete, falecida, que foi casada com o Ari Balieiro, atrás o Anísio, tinha uma camisaria bem ao lado da rádio, e o prof. Godinho, violinista (Obrigado Lucia Garcetti).
No meio com a mão no queijo Tufy Jorge (do jornal O Francano) e sua esposa Lidia, em seguida Rodolfo Ceraso, esposo de dona Lúcia Gissi, meio que afundado na carteira. Em seguida dr. Baldijão Seixas. Ele, Cirino Goulart e Tufy Jorge comemoraram em suas falas a fundação da entidade saudosista.
Lá no fim, o mais alto é Américo Pizzo, na sua frente, com o inconfundível óculos de lentes grossas, Alfredo Costa, como bem o reconheceu a saudosa Wanira. O primeiro à direita Luiz Puglia, professor, contador, mas também violinista. 






Fundação



Acima: Luiz Baleiro, capitão Júlio José da Silva, padre Jaime Diniz, Agnelo Morato que presidiu a mesa, Francisco Marconi secretariando e a cronista Patrícia. Abaixo ela e o idealizador e futuro eterno presidente Octávio Cilurzo. 


José Chiachiri, o pai, responsável pelo museu da cidade à época, atividade que também mereceria um livro, se é que já não foi feito, também seria um condutor da entidade saudosista que acabava de nascer. De cara já oferece o Museu para, em uma de suas salas, hospedar o Clube da Saudade da Franca, e ali ele ficou enquanto existiu.
Na foto acima vemos, além dos mentores do Clube, Octávio Cilurzo e Sônia Menezes Pizzo, a Patrícia,  ao centro o presidente da mesa de fundação Agnelo Morato, um dos maiores articulistas de nossa cidade, sem contar sua extensa atividade espírita; e à direita escrevendo Francisco Marconi, que secretariou o momento, sua ata está no artigo que publico.
Representando a rádio Luiz Tomaz Balieiro, falecido a não muito tempo, é o primeiro à esquerda, seguido do capitão Júlio José Silva e do rev. Jaime Diniz, que pelo consta deu um tom emocional e poético muito forte ao momento, lendo um texto sobre saudade de Frederico Augusto Schmidt (abaixo), também presente o rev. Luiz Varanda que no fim exalta a ótima iniciativa tomada naquela noite, os dois muito aplaudidos.

Voltaremos ao assunto, certamente. Alguém sabe onde estão as memórias do Clube da Saudade da Franca? Vou perguntar ao museu.


Saudade


Foi o Anjo que passou nesta estrada de noite.
Nem música escutei, antes velho silêncio
Mas veio um ruído dos caminhos,
Vieram vozes arrastadas se chegando.

Olhos me olharam demoradamente
E me viram homem
E sentiram meu coração triste
Minha inquietude e o meu desalento.
Não foi só o vento que afagou meus cabelos
Foram mãos distantes de mortas.
Uma doçura imensa me envolveu nesta entrada de noite…

Augusto Frederico Schmidt








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